O PRIMEIRO ÊXTASE
– Tudo começou com um êxtase.
É assim que respondo quando alguém me pergunta como foi que comecei a me envolver com a música. Resolvi sentar aqui, remexer nas minhas memórias e escrever sobre o que está por trás dessa frase. Te convido a me acompanhar. Vamos lá?
Tente visualizar este contexto: meu pai tocava violão desde sempre e testemunhou o nascimento da Bossa Nova; minha mãe estudava Musicoterapia e fez de mim uma verdadeira cobaia de seus estudos de musicalização infantil; meu irmão tocava bateria em blocos de rua e minhas irmãs, além de estudarem piano, viviam aventuras com sua banda de covers. Uma boa salada de estilos musicais, não?
E tinha uma cena que me atraía muito quando acontecia, quase que semanalmente. Meu pai gostava de ouvir música clássica em alto volume na sala de casa. Ele se sentava no sofá e ficava de olhos fechados, absorto, quase meditativo. Comentava, emocionado, sobre os trechos das peças que mais o impactavam. Eu adorava me sentar ao seu lado e ficar compartilhando esses momentos com ele.
Apesar de todo esse particular contexto musical, sabe qual era meu sonho mesmo? Ser jogador de futebol! Até meus 11 anos só pensava nisso. Jogava todos os dias com meus amigos e um dia sequer sem bola me deixava até triste. Pois foi após uma intensa tarde futebolística que se deu o acontecimento que mudou minha vida para sempre.
A CULPA É DO SCHUMANN!
Nas minhas memórias foi assim: cheguei da rua imundo, exausto e fui tomar banho. Era finalzinho de tarde. Minha mãe preparava o jantar e a qualquer momento me convocaria para sentar à mesa. Enquanto isso não acontecia resolvi estrear os sofás novos que tinham chegado naquela tarde dando um salto e caindo pesadamente sobre as almofadas ainda plastificadas.
À procura de algo para fazer, remexi a gaveta onde meu pai guardava suas fitas cassete (ah, anos 80…) e procurei aleatoriamente por alguma música clássica para ouvir. Por que clássica? Não sei. Acho que queria editar da maneira mais fiel possível um daqueles momentos musicais com meu pai, ainda que sem a presença dele, numa clara demonstração de independência e auto-suficiência.
A fita escolhida, da tradicional gravadora DECCA, tinha dois concertos para piano e orquestra. No lado A era o concerto de Grieg e no lado B o concerto de Schumann. Como a fita estava já no lado B, naturalmente foi o concerto de Schumann que ecoou pela casa enquanto o empadão de frango estava no forno.
Ouvi atentamente os quase trinta minutos de música. Minha impressão depois de ouvir? Legal. Música bonita. Mas música clássica é assim: de primeira não dá pra falar muito a respeito. Achei bacana e pronto.
No entanto, não sei bem explicar o porquê, nos dias a seguir continuei ouvindo o mesmo lado B. Curioso que não virava a fita e ouvia o lado A com o concerto de Grieg. Eu sempre voltava o lado B todo (quem conviveu com toca-fitas sabe que levava um bom tempo até que a o aparelho rebobinasse tudo até o início). E eu tinha um walkman, que era um toca-fitas portátil que funcionava à pilhas. Hoje em dia deve parecer um trambolhão, mas naquele tempo era algo altamente descolado e moderninho. Ouvir música enquanto andava na rua? Nossa, que coisa do futuro! Ouvia o concerto de Schumann em todo lugar, do início ao fim, todos os quase trinta minutos, na íntegra.
Um legítimo Walkman. Tão anos 80…
E foi então que aconteceu. Estava deitado em minha cama com o walkman ao meu lado ouvindo o concerto em alto volume nos fones de ouvido. Naquele dia, depois de tantas ouvidas atentas, eu já sabia tudo o que ia acontecer. Sabia que depois de um trecho em que as cordas entoavam o tema do primeiro movimento, em seguida o piano entraria e faria uma versão amplificada do tema, com a mão esquerda indo e vindo enquanto a mão direita fazia acordes com cada vez mais notas, a textura se encorpando, crescendo, fazendo o piano ocupar todo o espectro sonoro com seu poderoso som. Já esperava, logo adiante, a entrada da clarineta pra fazer um belo e nostálgico tema acompanhado pelo piano em suaves arpejos…
Ouvir aquele concerto conhecendo cada segundo do que estava por vir me impactou profundamente. De repente fui tomado por uma sensação arrebatadora, algo que sequer suspeitava que poderia existir. Eu estava sem ar e lágrimas escorriam pelo meu rosto. Era um choro diferente, não era dor. Era uma criança de 11 anos descobrindo o êxtase da Arte.
Eu não entendi porque estava chorando. Fui conversar com minha mãe, meio assustado, até. Ela me explicou que não tinha nada de errado, que eram apenas “lágrimas de beleza” por ter gostado muito da música. E pronto, a partir daí tudo mudou. Agora eu precisava estudar piano, precisava tocar Schumann!
O futebol? Bom, eu não sabia, mas trocaria a bola pelo piano pelo resto da minha vida.
A PRIMEIRA AULA DE PIANO
Minha mãe sem querer fez tudo ao contrário. A princípio colocou minhas irmãs para aprender piano. Era uma decisão tradicional, fazia parte da educação e coisa e tal. Depois, já estudante de Musicoterapia e conhecedora de novas técnicas, métodos e filosofias de ensino, resolveu que não deveria forçar as filhas a estudar contra a vontade. Numa tarde dessas da vida, reuniu as duas e disse: “quem não quiser mais estudar piano pode sair da aula”. Bastou isso e as duas decidiram na mesma hora encerrar com as semanais visitas ao Conservatório Brasileiro de Música. Isso marcou minha mãe e ao longo da minha infância ela estava decidida a só me colocar em aulas de qualquer instrumento somente se eu quisesse muito!
Pois bem, depois de ter descoberto o êxtase da Arte comecei a querer aprender piano. Observava minha mãe tocar e ela me ensinou, assim só no olho, sem partituras, a primeira parte de Pour Elise, de Beethoven (aquela música massacrada de tanto que foi usada em esperas telefônicas, em caminhões entregadores de gás e afins). Depois encontrei a partitura da peça e, por já saber tocar uma parte, por associação acabei aprendendo os fundamentos da leitura. Meu interesse só aumentava e minha mãe nada de me colocar pra fazer aula.
Partitura mais antiga, de 1987.
Aos entendidos, por favor perdoem
os equívocos de um jovem aspirante
a músico que ainda não tinha tido
sequer sua primeira aula!
Comecei a criar música, inclusive escrevendo minhas próprias partituras (foto acima). Estava super envolvido e passava boa parte do meu dia estudando, lendo livros sobre música e ouvindo os grandes compositores. A esta altura, já com 12 anos – aproximadamente um ano depois do evento Schumann, era um ávido pesquisador de gravações e montava meu acervo que eu próprio gravava da rádio (Clássicos JB, todos os dias às 20h). E nada de aula de piano… Um dia tive que fazer um comício em casa, defendendo meu direito de poder estudar apropriadamente, com um profissional, afinal já tinha aprendido a ler partituras, já tocava, compunha e escrevia minhas músicas! O que mais seria necessário fazer para demonstrar meu interesse?
Classicos JB FM de Março de 1990. Um achado!
Finalmente consegui. Minha mãe afrouxou suas Novas Regras Para Lidar com a Educação Musical dos Filhos e recebemos a visita da prestigiada professora Angela Schettino em nosso apartamento para uma entrevista. Tudo certo: marcamos a primeira aula e eu mal aguentava esperar. Foi um dia tão importante para mim que nunca mais esqueci: era dia 5 de agosto de 1988, uma sexta-feira, às 16h30, num antigo prédio da rua Barata Ribeiro número 678, em Copacabana. Memória indelével.
A INEVITÁVEL OBSESSÃO
Foram anos de muito, muito estudo. Para alguns pode parecer algo até meio obsessivo e exagerado. Mas, francamente, qual artista não é obsessivo? Aliás, seria possível ser artista ou se dedicar febrilmente a qualquer atividade da vida sem um toquezinho de obsessão? O que seriam dos grandes atletas, dos grandes dançarinos ou dos artistas do Cirque de Soleil, por exemplo, sem essa motivação visceral de se aperfeiçoar e superar seus limites? Só mesmo movido por esse desejo extraordinário para conseguir aguentar tantas horas seguidas de trabalho, dizendo não para tantas coisas bacanas que surgem e tentam captar nossa atenção, tirando nossa concentração e foco de determinada atividade. Já toquei até sangrar muitas vezes ao longo da minha vida de estudante. Como parar? Não dá, é incontrolável!
Por conta dessa entrega tão absoluta evoluí bastante nos dois primeiros anos de estudo. Em 1990 acabei mudando de professora, procurando orientação mais profissional (ou melhor dizendo, para os que pretendem se tornar profissionais) e uma nova fase se iniciou. Foi uma separação difícil da querida Angela, que foi super importante na minha formação, mas foi um passo necessário em busca de horizontes mais desafiadores. Eu queria mais. E MAIS!
(Pequena Autobiografia, parte 1 de 5)
A próxima parte fala da minha mudança para o Conservatório Brasileiro de Música e como se deu minha formação e meu amadurecimento como pianista.
Ela já foi publicada, aliás. Adoraria compartilhá-la com você. Dá um pulo lá pra ler o artigo Do Êxtase ao Desencanto.
Enquanto isso, seria muito bacana saber de você se também tem lembranças de alguma experiência da infância/adolescência que de alguma forma tenha influenciado na sua decisão de que caminho seguir na vida. Não deixe de escrever aqui nos comentários, tá bom? Respondo todos!
Até breve!
Luiz
Meu amigo e professor.Também, meu professor amigo. O relato de sua trajetória artística pianística não me surprende.
Eu, já lhe imaginava um grande conhecedor da arte de sentir e viver o piano.
Gostei muito de saber que o piano é um prazer incondicional em seu
dia a dia.
Mas não sei por quais razões, lhe imagino “toujours” tocando frases romanticas de Chopin.
Penso assim. Sinto assim.
Você explica ?
Salut, Devanaguy! Ça va? Merci de me rendre visite, madame! 🙂
Quanto ao Chopin, me parece natural pensar nele quando associamos alguém a um intenso caso de amor com o piano, não? E, afinal, Schumann foi sim o deflagrador de toda essa odisséia musical na minha vida, mas não é o único a me impulsionar adiante. Todos os românticos do seculo XIX, tanto os de sua geração (Schumann, Chopin e Liszt) como os de um pouco mais tarde (como Brahms, por exemplo) dividem minha admiração quase que igualmente. Ele foi o grande “culpado”, mas o time em que ele joga é extenso! Hehehe…
Adorei sua visita e obrigado por me ler. Espero poder contar com seu sensível e atento olhar no próximo post, viu? Gros bisou!
Parabéns pelo piano e pelo relato. Eu adoraria ter estudado piano, mas não tenho esse dom muscal. Limito-me a amar a música, cantar de vez em quando e aplaudir quem faz.
Quero acompanhar os outros “capítulos”.
Olá, Artur! Muito obrigado pela mensagem. Costumo dizer que um amante de música também é, de certa forma, um músico. Só de você se beneficiar do que ela é capaz de entregar de prazer, contemplação e até mesmo cura já é o bastante para se satisfazer dela, não? Há críticos musicais super hábeis que não são músicos. São apreciadores e estudiosos da arte musical. E tudo bem. Estão dando vida ao mundo da música assim como fazem os músicos. Um concerto é feito de um músico executando um instrumento e da platéia o assistindo. Essa troca de energias é o que dá sentido a tudo.
Em breve postarei a próxima parte dessa história e espero mais uma vez poder compartilhá-la com você. Merci encore! 🙂
ABSURDO.
Salve, meu caro! Que bacana te ver por aqui! 🙂
Obrigado!!
Não sei se a resposta que estava escrevendo foi.
Temo que este espaço esteja limitado por toques.
Neste caso, como tenho de responder à altura do que você merece, vou digitar à parte e enviar diretamente ao seu e-mail: [email protected].
Alias, peço que corrija um pequeno erro de digitação na resposta para o cadastro em sua mala direta.
Você tem o meu endereço correto e peço que corrija a postagem que fiz aqui no blog porque ficou com uma letra errada e não havia como corrigir a tempo.
Abraços, Lauro Henrique
Oi, Lauro! Que honra ter mensagem sua aqui. Obrigado pela visita!
Olha, não recebi nenhuma mensagem sua pelo email. Chegou a enviar de fato?
Não deixe de fazê-lo. Vou ler com todo o cuidado! 🙂
Ola Luiz, muito bom escrever sobre alguém que conhecemos melhor que os outros… nós mesmos. Eu também tenho boas lembranças da minha infância e muito mas muito pequeno mesmo já curtia música. Ganhei meu primeiro pianinho de cauda com 2 anos. Tenho fotos dessa época tocando em cima de um banquinho de cozinha. Descobri logo a escala e com ótimo ouvido musical comecei a descobrir que podia tocar as cantigas de criança. Cresci no meio musical familiar, sempre com o piano como paixão. Montei uma banda e segui tocando por aí. A vida mais difícil da época me fez optar por outros caminhos profissionais mas a música sempre me acompanhou e não parei de tocar como amador. Boa sorte pra vc e parabéns.
Olá, Mauro. Adorei seu recado! Obrigado por compartilhar suas “origens” musicais. 🙂
Eu particularmente acho que o termo “amador” assim se chama não é à toa. Quando mantemos um hobby presente em nossa vida, independente de ser uma fonte de renda ou não, a relação é sempre muito leve e naturalmente preservamos o laço original de paixão e interesse por aquela atividade. O “amador” pode seguir amando seu hobby sem o peso profissional ou as cobranças de resultados. Numa época de menos envolvimento, tudo bem. Não é NECESSÁRIO fazê-lo. A gente consegue deixar intacta a parte boa, a que realmente importa. Espero que o piano siga tendo essa presença luminosa na sua vida. Bon courage e obrigado pela visita!
Luiz Parabéns, adorei!⚘
Su autobiografia me agrada, el tomar decisiones en el momento indicado es lo que marca nuestras vidas y nos convierte en indivíduos Felices .
Oi, Sandra! Obrigado pela mensagem! É muito importante estarmos atentos aos sinais e portas que aparecem pelo nosso caminho. Tudo tem seu devido tempo e não devemos nos distrair a ponto de deixar uma possibilidade importante passar. Estejamos presentes! Gracias por el mensaje!! 🙂
Porrr… *humpf!*… Muito bom! Ansioso pelos próximos capítulos da saga.
Maneiro ver você aqui, Bonnal. Valeu mesmo pela good vibe! Estou trabalhando na próxima parte, mas cara, como é difícil falar de si mesmo… Obrigado pela visita. Muito absurdo!
Luiz, parabéns pela iniciativa do blog! Comecei a ler o seu relato e não consegui parar. Que legal! Tenho várias recordações da infância que interferiram na minha profissão, mas talvez possa destacar três: a primeira foi ganhar uma máquina fotográfica daquelas descartáveis aos 8 anos. Ela se chamava “Tekinha II”. A segunda era brincar de rádio com os meus primos. Colocávamos uma fita cassete e gravávamos uma programação com música e muita bobagem dos locutores. E a terceira e última, que me dava o tal “êxtase” a que você se refere era dedilhar as máquinas de escrever do meu pai e do meu avô. Não preciso dizer que fui fazer comunicação, né? Um grande abraço e mais uma vez parabéns!
Oi, Renata! Adorei sua mensagem! O bacana de compartilhar coisas pessoais é poder receber isso de volta. Sabe, é difícil falar de si, né? Muitas vezes isso nos coloca vulneráveis e nem sempre é algo tranquilo de se lidar. Obrigado por ter compartilhado suas lembranças “originais” (no sentido de terem dado origem), foi muito bom de ler. Eu também tinha muita atração pela Remington que tinha lá em casa, daquelas enormes e pesadas! Como tinha essa paixão pela leitura (essa bem anterior ao “evento Schumann”, embora desprovida de tal êxtase) isso meio que naturalmente transbordava para a ferramenta máxima do escritor, que é justamente uma máquina de escrever. É um objeto maravilhoso, até hoje em dia é fetiche de muita gente que curte escrever. Procurei uma imagem dela aqui na internet e encontrei! Olha só! 🙂
Delicia pura! alem de pianista sensível você escreve leve, deliciosamente! puxa… pena que acabou! quero logo, mais e rápido!
Muito cedo fui para o conservatório Brasileiro de Musica, cheguei a participar de uma audição com os alunos de Dona Liddy Mignone, esposa do maestro. Sim, sou da velha guarda. Tive, como colegas de turma, gente que se tornou importante na MPB, Francis Hime, por exemplo. Mas uma doença grave me afastou do piano para sempre. E só aqui, te ouvindo no Cocotte, é que fui recuperar o gosto pelo piano. Obrigada Luiz, por este resgate e por este prazer de ler sua história…
Olá, querida Angela! Delícia pura foi ler sua mensagem! Obrigado pela visita e por ter deixado um pouco dessa sua energia contagiante por aqui. É sempre muito bom poder tocar pra vocês, especialmente nosso ChopinTom. Esse nome acho que vai ficar mais entre nós, sabe? O que tenho visto tomar forma nas conversas e referências é mesmo Chopin-Jobim. Vamos manter esse codinome em segredo… Bom, não mais tão secreto assim depois de escrever isso aqui em público, afinal. 🙂
Estou trabalhando na próxima parte da história, mas posso dizer que está sendo um parto difícil. Difícil não se perder em tantas memórias e, sobretudo, pelas emoções que elas suscitam.
Beijo carinhoso pra você!
❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️
Bem-vinda! 😀
Smmmmmmmmmmmmmmack!!!
Oi, Luiz
Gostei muito do seu texto. Me fez lembrar que eu tambem senti uma coisa parecida. Desde pequeno tinha o hábito de ver filmes. Em frente á minha casa no Grajau tinha uma escola primaria que passava filmes americanos toda semana, em geral curtas com comedias e bang-bang. Depois me mudei para a Tijuca, já adolescente e frequentava os cinemas que se concentravam na praça Saenz Pena. Haviam uns cinco cinemas e entre eles o OLINDA, o maior deles.
Numa tarde, sòzinho, entrei naquele cinema enorme, não tinha quase ninguem, para ver um filme que estreava lá : HIROSHIMA MON AMOUR
Foi um choque e uma revelação, o cinema tambem podia ser isso ! Não era uma historinha, não tinha ação, eram simplesmente diálogos e confidencias entre duas pessoas, filmado magistralmente e com um texto sublime.
Foi o meu extase, a descoberta que me acompanha até hoje.
Obrigado por me lembrar disso !
Antonio, hoje consegui parar para vir aqui e responder aos comentários do blog (aliás, que prazer enorme poder recebê-los, viu?). Eu já tinha comentado com você pessoalmente que me emocionei de verdade com seu relato. Agora, ao relê-lo, me emocionei de novo, acredita? Obrigado por compartilhar. Foi muito, muito bacana mesmo você ter deixado essa lembrança aqui no meu blog. Estou lisonjeado. :_)
E, de fato, o cinema faz parte da sua vida, né? Nem fazia ideia de que essa revelação tinha se dado com esse filme. Estou com vontade de assisti-lo! Que tal se combinássemos?
Merci encore et encore! Je t’embrasse!
Olá Luiz! Que delícia de texto!
Minha grande frustração foi não ter aprendido a tocar piano… desde muito cedo eu fingia que estava tocando…pedi muito à minha mãe, mas ela dizia que n dava, que era muito caro… Acho que se fosse para ser eu teria dado um jeito. Depois, já adulta ganhei um piano e fui aprender, but it was too late…já não podia mais me dedicar da forma exigida.
E assim termina essa história sem final feliz mas que me faz ter uma enorme admiração por todos aqueles que seguem e conseguem realizar seu sonho!
Parabéns Luiz por seus multi talentos! bjs
Ana Lucia Velho (Mauro Moniz Freire)
Oi, Ana! Que prazer receber você aqui! Obrigado pela visita e pelo carinhoso recado. Você sabe que não tem idade pra aprender piano, né? E, muito menos, não existe a tal “dedicação exigida”. A exigência e ritmo de estudo é dada por você mesma, não vem de fora. O grau mínimo disso é aquele aluno que só estuda na própria aula. Tive um aluno que não tinha piano e a evolução dele era toda feita durante a aula, naqueles 60 minutos semanais, acredita? Tudo é possível. Contanto que esteja gostoso e sendo uma fonte de prazer, está tudo certo! Obrigado de novo pelo recado. Beijos!!
Adorei !
E eu adorei seu recado!
Obrigado pela visita!
Espero sempre vê-la por aqui, Leila.
Beso!!!
Parabéns querido Luiz … talento ímpar sem dúvida … sucesso e realizações sempre pra você !!!
😘😘
Obrigado pelo recado carinhoso, Silvana. Espero poder receber sua visita outras vezes, viu? Beijo!
Muito bom, Luiz!
Adoramos o restaurante de vocês.
Eu, confesso, ia ao restaurante, mais para ouvi-lo do que para desgutar da “boa mesa”.
Há algum tempo não vamos. Da última visita, vocês não estavam, tinham um compromisso ( casamento no Rio) e isso acabou nos frustrando um pouco.
Vamos nos organizar e voltar.
Persista no seu talento!
Um abraço,
Simone Antaki
Oi, Simone! Fiquei sabendo da sua vinda bem no dia da nossa ausência (que é raríssima, vale dizer). Da próxima vez que vier nos visitar aqui na serra não deixe de avisar. Quero ter o prazer de poder tocar para vocês por alguns bons e saborosos minutos. Muito obrigado por seu recado. Adorei receber sua visita aqui na minha casa virtual. Espero que venha mais vezes! Quanto a persistir, sim, me pus nesse campo de batalha diário que é vencer as objeções da vida e tentar fazer algo de importante para si mesmo. Sigo lutando com alegria e entusiasmo. Recados como o seu certamente potencializam essa combustão de motivação que nos impulsiona adiante. Obrigado por isso. Beso!
Parabéns Luiz por esta linda trajetória!
Ansiosa pelo “próximo capítulo”.
Bjs,
Eliana
Muito obrigado pela mensagem, Eliana! Estou trabalhando no próximo “capítulo” e espero publicar em muito breve. Tem dado trabalho, mas sigo disciplinado e empolgado pela tarefa. Espero poder recebê-la por aqui novamente, viu? Beso!
Adorei, Luiz! Parabéns! Está explicado tanto talento…fruto de muito amor e dedicação à arte.
Um grande abraço! Eu e Bernardo estamos com saudades de vê-lo tocar.
Oi, Raquel! Obrigado pelo recado carinhoso. Adorei sua visita aqui à minha casa virtual. Venham aqui para tomarmos uma boa taça de vinho! Quer dizer, no meu caso só depois de tocar, né? Hehehe… Um abraço afetuoso para vocês! 🙂
Muito bom Luiz!
Esse é um sonho que começou aos 11anos , e você está realizando com muita competência! Que bom vê-lo com todo esse apaixonante entusiasmo.
A primeira vez que ouvi falar de você foi pela sua mãe. Achei que era entusiasmo de mãe! Mas, quando tive a oportunidade de ouvi -lo tocar, realmente, senti que ela foi até modesta. Adorei sua música!!!
Espero que continue nos dando o prazer de ouvi -lo sempre tocar.
Parabéns!
Sucesso você já tem, continue com ele e nos presenteando com boas músicas!
Beijos,
Sonia Lima.
Sonia, adorei receber seu recado tão carinhoso. Você acompanhou, ainda que à meia distância, toda essa minha trajetória, né? Obrigado pela torcida, pela energia emanada ao longo do caminho. A odisséia segue e espero ter o prazer da sua presença, à meia distância ou não, durante os próximos capítulos. Merci encore et, pourquois pas, à bientôt! Beso!!
Parabéns pelo excelente texto!
Que legal você por aqui, Fernando. Muito obrigado mesmo! Um grande abraço!
Parabéns Luiz.
Foi maravilhoso pode te conhecer um pouco mais por aqui. Fiz questão de colocar ao lado um concerto do Schumann para acompanhar a leitura. Siga em frente. tem um “mundão” por aí.
Abraço.
Oi, Zé! Que honra poder receber sua visita aqui no meu blog. Adorei saber que o concerto de Schumann ecoou por aí enquanto me lia. Sinceramente a beleza (que vai além) deste concerto não é nada óbvia e não à toa o tal deslumbramento veio depois de um tempo e a partir de uma consciência muito particular do que cada pequeno trecho da obra me reservava no instante seguinte. É difícil explicar… Espero que tenha sido uma experiência agradável, de qualquer forma. É um compositor maravilhoso, com uma linguagem e criatividade muito peculiares, por vezes excêntricos para sua época. Por algum motivo me deu um clique e compreendi totalmente as emoções que o conduzem (é o romântico por excelência, muito mais do que qualquer outro) e a maneira como as expressa. Foi arrebatador…
Sim, o mundão está aí, logo à frente, e é tão cruel quanto imenso. Muitas forças tentam te desviar de um caminho (às vezes parecendo meio sem sentido) como o da Arte e manter a firmeza, a disciplina e a persistência no dia a dia tem sido um desafio hercúleo. Obrigado pelas boas energias e pela torcida. Vou precisar… Um abraço!
Agora sabemos a história atrás das notas mágicas que escutamos no Cocotte Bistrô.
Só não da para deixar cair aquelas lágrimas salgadas de êxtase, para não afetar o sabor dos pratos preparados pela Manuela.
Emoção em dose dupla…
Um grande abraço.
Querido Jean-Philippe, que mensagem boa de se ler. Obrigado pelo carinho e pela inevitável poesia de suas palavras. Fico feliz em poder compartilhar isso com você. Espero mesmo poder ter o prazer de fazê-lo, principalmente ao piano, “dans l’avenir”. Um grande abraço!!
Que coisa boa ler um pouco sobre sua história. A sensibilidade não se explica, se sente.
Na minha memória veio a cena de quando era criança e repassava na parede da varanda o dever da escola para meus alunos imaginários. Além disso, gostava de compor músicas que eram intermináveis. Muito bom relembrar.
Aguardo com muito carinho os próximos capítulos.
Até meu amigo.
Abraços!
Querida, Josi, é muito especial poder compartilhar isso com você, uma cúmplice do fazer artístico. Fico muito orgulhoso que tenha gostado. É muito bom mesmo poder relembrar esse nosso despertar para essa fase maravilhosa daquilo que é humano. Lidar com esse “olhar pra dentro”, no entanto, é uma experiência um pouco dolorosa. Estou aqui neste momento exatamente escrevendo a próxima parte e, te confesso, está sendo bem desafiador. Remexer na história é um processo dolorido. Sigamos nossa caminhada, incólumes. E que os obstáculos do dia a dia se tornem apenas boas histórias para se contar quando tivermos chegado lá, para onde nosso desejo e apetite criador aponta. Obrigado pela visita e até o próximo post. Beso!
Luiz:
Adorei seu primeiro capítulo! Que texto gostoso de ler! Também achei linda a referência a seus pais, meus queridos amigos Ione e Fernando, e ao papel que tiveram em sua educação musical. Continue firme a trilhar seu caminho artístico para o bem de seus ouvintes e admiradores. Beijo carinhoso.
Querida Vera, que recado delicioso de ler. Fiquei muito feliz quando vi seu nome aqui e li suas gentis palavras. Você acompanhou alguns flashes de toda esta trama, né? A vida vai seguindo, incólume, e os roteiristas só aprontando pra deixar a história mais interessante. 🙂
Não poderia deixar de falar neles, peças fundamentais na minha trajetória. Sem o apoio deles e as ferramentas que me deram para enfrentar este caminho nada disso teria acontecido, pelo menos não desta maneira. A luta continua e depois de cada curva do caminho vem uma nova surpresa. A gente vai aprendendo a lidar com essas surpresas e, na medida do possível, antecipando algumas delas. Allons-y!
Merci encore por sua carinhosa mensagem. Um beijo!!
Meu caro, além de muito bem escrito, as doses de humor me fizeram dar umas gargalhadas aqui no sofá. Não foi dito no texto, qual era a peça do Schumann? Fiquei curioso.
Horas e mais horas de Lego, curiosidade por mecanismos, querer fazer o ferrorama de forma inconvencional ( tinha que subir ou descer por uma rampa criada, passar pela estante, túneis de almofadas, por debaixo da cama, quando não desmontava ou desmoronava. Certamente foram doses de diversão para me guiar até a engenharia, entre outros aspectos que nao lembrarei agora. abs
Fala, Thomas! Cara, que bacana te receber aqui. Obrigado mesmo por compartilhar disso comigo. Refiro-me não só a ter me lido, mas também por ter contado dos primeiros indícios que mostraram que tinha um engenheiro querendo aí dentro querendo sair pro mundo. Esses primeiros passos geralmente surgem como uma diversão, né? Depois vão ganhando corpo, vira coisa séria e a partir de então temos essa postura mais rigorosa. Creio que um dos grande segredos para viver isso intensamente até o tanto possível é, de certa forma, fazê-lo sem perder aquele espírito de diversão primordial. E, naturalmente, encontrar o equilíbrio justo dessa equação. Sigamos a busca!
Quanto ao Schumann, eu disse sim. É o concerto para piano e orquestra. Se você tem curiosidade de ouvir separei aqui uma versão que gosto muito, com o pianista Murray Perahia. Não há aqueles closes das teclas do piano como em muitas filmagens, mas é uma belíssima rendição do concerto. Espero que curta. Abraço, meu caríssimo!
https://youtu.be/-41SuAF3kz8
Que legal, Luiz! E você passou esse amor pelo Schumann pra mim! Aqui em casa tenho uma filha que estuda piano e outra que estuda violino. Assim como sua mãe, as fiz escolher. Mostrei a elas um vídeo de um grupo de mulheres tocando. Era um quarteto ou quinteto, não lembro. E perguntei, qual instrumento vocês querem tocar? E assim elas escolheram. A mais velha, Isabella, começou o piano com 5 anos, mas era muito novinha e não parava quieta, aí parei e esperei. Voltou com 7 anos. Está com uma professora japonesa aqui nos EUA muito bacana e ela ama tocar piano e aprende tudo muito rápido! E a mais nova, Julia, ficou me pedindo pra estudar violino por mais de um ano. Finalmente cedi quando ela fez 6 anos e também é super musical como a irmã! Estão felizes cada uma com seu instrumento e eu fico estudando piano com a Isabella e relembrando os velhos tempos e morrendo de vontade de voltar a estudar 🙂 Seu relato me trouxe boas memórias 🙂 Bjo grande.
Oi, Zan! (nossa, há quantas décadas não falo isso?) 🙂
Fico muito feliz de saber que nossas afinidades musicais ecoaram ao longo de sua vida. E, veja só que contundente, suas filhas estão sendo impactadas por isso. Realmente não temos noção do quanto nossas ações e paixões podem reverberar e ir tão longe, alcançando vidas ainda por vir. Muito incrível pensar isso. Obrigado por compartilhar!
Se eu fosse você eu tratava logo de voltar a estudar. Pega leve, vai no seu tempo, mas permita-se ter contato com algo que te faz tão bem. Não deixe pra depois. Faça um bem pra você agora!
Espero poder te receber aqui no site outras vezes e que possa ler as outras postagens. Adoraria compartilhá-los com você. Fiquei muito feliz com seu recado, viu? Muito obrigado mesmo! Um beijo afetuoso!
Olá, só queria dizer que eu gostei demais do blog.
Foi muito útil. Continue postando!
Muito obrigado por sua mensagem, Paulo! Adoro saber que minhas palavras servem às pessoas de alguma forma. Essa engrenagem me escapa, mas é muito bom acreditar que isso de fato acontece. Por favor, volte sempre para compartilharmos desses momentos. Um abraço!
Que lindo seu texto Luiz! Senti o aroma do empadão de frango e ouvi o barulhinho do plástico das almofadas. Comovente sua paixão e persistência ainda tão novo. Me arrepiei em vários trechos.
Ah… Meu pai também ouvia música clássica em alto volume na sala. Eu adorava. Só não ficava quietinha ao seu lado… Dançava prá lá e prá pela casa, com meu sonho de ser bailarina…
Parabéns! Bjs.
Andrea
Oi, Andrea! Obrigado pela visita e pelo gentil recado. 🙂
E imaginar que essas cenas são as mais remotas lembranças da minha relação com música (claro, assim de maneira mais contundente). Que bacana que você se identificou. Mas, diga-me, o que houve com o sonho de ser bailarina? Transfigurou-se em outro sonho ou deu espaço para algo muito diferente? Pode me responder por email, se quiser. [email protected]
Merci encore pela mensagem. Seja sempre bem-vinda! Beso!!
Parabéns pelo pródigo texto, que esgotou toda a minha curiosidade iniciada na grata surpresa em conhecer o Bistrot Cocotte, em Itaipava, e lá descobrir um programa sofisticado para o espírito. Abraço